Empreender nas regiões metropolitanas pode ser uma boa oportunidade


O empreendedorismo tornou-se uma saída para muitos brasileiros diante da difícil situação de desemprego e crise econômica enfrentada pelo país nos últimos anos. Com a falta de oportunidades de trabalho, as pessoas têm buscado formas de suprir suas necessidades financeiras e arcar com os gastos do dia a dia.

Mas esse fenômeno não se limita apenas às grandes cidades. As regiões metropolitanas e suas periferias também estão aproveitando suas dificuldades sociais e culturais para criar negócios e ajudar a comunidade, ao mesmo tempo em que geram lucro.

O espírito empreendedor é uma característica inata dos brasileiros. De acordo com dados de uma pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), feita com o apoio do Sebrae, o número de empreendedores no Brasil ultrapassou a marca de 48 milhões no ano de 2016.

Crescente popularidade do empreendedorismo

A crescente popularidade do empreendedorismo e do mercado consumidor nas áreas periféricas e regiões metropolitanas tem levado as empresas a expandir seus horizontes e atender a novas demandas. No entanto, mesmo com o aumento da presença de comércios nesses locais, ainda há uma carência de serviços em muitas áreas.

Esta lacuna oferece oportunidades para aqueles que possuem boas ideias empreenderem em regiões que ainda não têm acesso a certos serviços. Quem vive nas periferias ou nas regiões metropolitanas conhece ainda melhor as necessidades da sua comunidade, podendo aproveitar as deficiências locais para criar um negócio e obter lucro.

Empreender é mais do que simplesmente criar uma empresa para obter lucro. É uma postura de inovação, de não aceitar as coisas como elas são e buscar melhorias. É uma resposta aos anseios de indivíduos, comunidades ou mercados, e consiste na criação de uma empresa para atender a essas necessidades. O espírito empreendedor é a alma desse conceito.

Como começar a empreender nas regiões metropolitanas

Para ter sucesso na exploração de mercados nas periferias e cidades metropolitanas, é fundamental entender as demandas da comunidade e oferecer soluções para essas necessidades. É preciso pensar além do lucro pessoal e ver o seu produto ou serviço como uma forma de atender aos problemas das pessoas.

Por exemplo, em áreas com escassez de alimentos, é possível criar um negócio que atenda à demanda por alimentos acessíveis e de qualidade. Enquanto grandes redes de supermercados não chegam a essas regiões, mercadinhos locais têm sido uma excelente opção para empreendedores e moradores da região.

Além disso, a expansão imobiliária tem levado à diminuição de feiras e armazéns, o que cria uma oportunidade para empreendedores oferecerem produtos alimentícios in natura. Esse tipo de negócio pode suprir facilmente as necessidades das pessoas e ainda gerar lucro para o empreendedor, sem necessidade de grandes investimentos no início.

O empreendedorismo não se limita apenas ao setor alimentício, mas também inclui tecnologia, vestuário, serviços, mão de obra, entretenimento e arte, oferecendo grandes oportunidades para quem deseja empreender nas áreas metropolitanas e periferias.

Muitas vezes, o empreendedorismo nas regiões metropolitanas e periferias é impulsado por projetos sociais e culturais da própria comunidade, que, com o tempo, se tornam importantes fontes de emprego e movimentação da economia local.

Os moradores dessas áreas também são os principais responsáveis por identificar as necessidades de sua comunidade e criar soluções, oferecendo produtos e serviços a partir de suas casas ou nas imediações. Quando se percebe a falta de algum serviço que seria útil para si e para a comunidade, é possível transformar essa ideia em um negócio bem-sucedido.

Em um momento em que há falta de trabalho para cerca de 27,6 milhões de pessoas no Brasil, segundo o IBGE, novos negócios em regiões menos favorecidas podem ajudar a criar novos empregos e impulsionar a economia local.

De 2000 a 2010, o aumento da confiança da classe C contribuiu significativamente para o aproveitamento mais eficiente do empreendedorismo nas regiões metropolitanas em todo o país. De acordo com dados levantados pela consultoria Data Popular, as atividades comerciais desenvolvidas pelos 12,5 milhões de habitantes da periferia geraram aproximadamente 68,5 bilhões de reais em renda anual, o que representa um aumento de 56% nos últimos 10 anos.

Estes resultados indicam que a classe C tem sido uma força importante no crescimento e desenvolvimento do empreendedorismo nas periferias e áreas metropolitanas. Se você está procurando motivos para empreender nestas localidades, este é mais um ponto positivo a considerar.

As capitais e centros já possuem quase todos os serviços e produtos de necessidade básica, tornando a concorrência cada vez mais acirrada. Como resultado, os empresários e empreendedores precisam ter diferenciais inovadores e competitivos para se destacar. Por outro lado, nas regiões metropolitanas, a quantidade de concorrentes pode ser menor, o que pode tornar mais fácil estabelecer-se e entrar no mercado. Além disso, dependendo do seu produto ou segmento, você pode ser único na região e se tornar um líder.

Possibilidades

Enxergar as possibilidades nas regiões metropolitanas é fundamental para o mercado macroeconômico. Se juntarmos todas as comunidades do Brasil, teremos o 5º maior estado em termos de número de habitantes, de acordo com dados da consultoria Data Popular. Isso significa que estas localidades e pessoas não são uma minoria impotente simplesmente por estarem distantes dos grandes centros e capitais. Pelo contrário, esta população é uma forte indicação de que é possível mover indicadores econômicos nacionais com base em seu poder de produção e compra.

Conclusão

Em regiões remotas e desfavorecidas, a crise econômica tem uma expressão ainda mais intensa. Por isso, a economia solidária é a base para a criação de empreendimentos nestas áreas.

Entender que existem projetos que podem ser transformados em negócios lucrativos, gerando renda, emprego e integrando a economia local, oferecendo oportunidades não somente aos empreendedores, mas também à comunidade em geral, faz com que as pessoas se sintam valorizadas e envolvidas. Isso é crucial para o desenvolvimento econômico e social dessas regiões.

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Paula Ferraz de Lima

Editora

Paula Ferraz é formada em Jornalismo pela universidade Estácio de Sá. Com mais de 10 anos de experiência como empresária, escreve artigos voltados para esse tema desde 2012. Desde cedo, demonstrou interesse por pequenos negócios e por tudo o que está relacionado ao cenário empreendedor.